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Beto Callado

Por: Elias Nogueira
Musical Sun, Rio de Janeiro-Brasil, data: 18/11/2008

INTRO:
Ele é guitarrista, compositor, arranjador... Toca com a banda Cactus Cream, fundador do Módulo Tranco, faz trabalhos solos e encontra tempo para dar aulas...
Sobre Módulo Tranco, ele, define: - É o resultado da colaboração de várias pessoas talentosas e admiráveis que acreditam nas músicas. O primeiro encontro, do Módulo Tranco, aconteceu em 1996. Desde então são dezenas de gravações que mantêm viva essa amizade que gera automaticamente esse som que se chama Módulo Tranco.
Carioca, ainda está longe dos 30 anos, Beto Callado é muito conhecido no circuito musical da Cidade Maravilhosa por seu talento e dedicação que tem pela arte musical. Estive conversando e vendo alguns ensaios desse ótimo músico.

Beto Callado - Foto: Elias Nogueira
1) Como foi que você conheceu a música?
Beto Callado: Comecei herdando toda a coleção de discos da minha querida mãe. Gosto muito de lembrar isso, porque era uma coleção muito bonita com discos do Frank Zappa, Van Der Graaf Generator, Peter Gabriel, as coleções do Cat Stevens, dos Beatles, Pink Floyd e os do Robertão! Tinham os baianos, os mineiros, muita coisa clássica....
Ela, minha mãe, me dava muitos conselhos e me inspirava muito, me dava uma prancha de surf e falava: - Vai surfar! Não fique em casa!
Um dia me deu um violão: - Por que não toca?
2) A guitarra foi seu primeiro instrumento?
Beto Callado: Não, eu já tocava muitas músicas no violão, e já estava querendo tocar os solos, mas meu pai achava que guitarra era coisa para profissional. Lembro dele sempre citar o Frejat, que eu adoro. Depois de dois anos, fomos a Madureira buscar minha primeira guitarra.
Era uma Giannini dos anos 70, e eu nem sabia o que era isso na época, nem o cara que vendeu.
3) Você tem trabalhos em diferentes bandas. O Cactus Cream, Módulo Tranco e ainda faz um trabalho solo. Como isso funciona?
Beto Callado: Eu toco com muita gente, pessoas diferentes, acho isso importante; crescer nas diferenças. Procuro sempre estar tocando com alguém. É basicamente tudo música, cada um tem a sua verdade.
A minha verdade são coisas que eu, e somente eu, escuto na minha cabeça, 24hs por dia desde que me entendo por gente.
Quando eu ouço alguma melodia, e é alguma coisa que não veio de fora, 100% minha, ela toma forma de canções, notas de guitarra, baixo ou violão, mas sai de mim. Eu não escuto ninguém, e não me preocupo se parece com alguma coisa ou se tem algum erro.
Beto Callado - Foto: Elias Nogueira
4) Cactus Cream, você já havia sido integrante e retornou para banda?
Beto Callado: Sim. Fiz parte da banda em 2002. Eu acho (risos). Fiz vários shows, gravei disco e agora estou de volta.
5) Módulo Tranco como surgiu?
Beto Callado: O Módulo é tudo isso Elias. Sou eu, é você, é o Leandrinho, é o Cactus. É o que está acontecendo. Lembro que numa gravação, alguns anos atrás, juntei mais ou menos 12 pessoas para tocar no disco. Dividimos três baixistas, três guitarras, um letrista, um fotógrafo, um designer, um produtor,....
Todo mundo sabe qual é o meu discurso! É o: “Faça agora, faça você mesmo!â€. Outro dia aprendi que se você fizer um minuto depois, já não é o mesmo. Os amigos chegavam e iam contribuindo, a coisa ia ficando maior, mais bonita.
6) Mas cobravam shows!
Beto Callado: Sim! Montamos um trio, e foi uma coisa linda porque a gente gostava tanto de tocar que ficávamos horas tocando e tocando e improvisando e o cara do estúdio chegava e a gente: porra acabou? Nem ensaiamos as músicas! E nem podíamos! Eram músicas minhas, tinha que ser outra coisa. Aí, fomos gravar e acho que isso levou uns 30 minutos. Ao vivo! Tudo na cara, a música dos três. Nunca vi um disco mais instantâneo. Juro! O cara do estúdio falou em mixagem, master... Mas era aquilo e pronto. Está lá! Como diz aquele gaúcho: É tudo verdade! Essa é a música viva, a melodia que precisa ser escutada, porque é essa música que eu acredito! Eu acredito em notas, as notinhas que eu gosto.

Começamos a fazer shows e logo no primeiro, o Maurício, do Baratos da Ribeiro, sebo cultural em Copacabana, ficou louco e começou a gritar que o Módulo Tranco era a melhor banda que ele já tinha visto e que devíamos tocar em universidades nos Estados Unidos, que éramos monstros.... Eu tenho o DVD até hoje.

Beto Callado - Foto: Elias Nogueira
7) Projeto solo?
Beto Callado: Elias - Norwegian, meu caríssimo amigo: Mesmo se for por razões de contrato, eu nunca vou estar sozinho. Você pode ver num disco “Beto Calladoâ€, mas tenha certeza que tem gente comigo. E assim será.
8) Futuro pode esperar o que de você, em termos musicais?
Beto Callado: Vou estar sempre estudando e aprendendo. Todo dia violão, os discos, as canções, os animais, as flores, a chuva, o sol, as pessoas, os livros, os mestres.... sempre 24hs por dia só as notinhas.....
“A vida passou dentro de mim†- Foi o Milton quem disse isso? Acho que foi a Joyce. Olha! Eu fico pensando como deve ter sido esse casamento da Joyce com o Nelson Angelo. Eu amo muito os dois.
A Joyce não é incrível Elias? Se tiver algum cara que está lendo essa matéria e me apresentar um violão mais selvagem e cascudamente original que o do Nelson, eu pago em dólar.
Hahaha, abraço Elias, obrigado.
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